12 de fev. de 2009

Elson Fróes

Sem Cautério

Aqui a ferida
respira enquanto arde
sua metamorfose
solitária

para saber abrir
flore no ar
à flor da pele
nova

Está aqui e ferve
como se um sol
ardesse prestes
a desatá-la
dor de não saber
incerto tempo
transferir
um eu jorrado
fora

Esta que se recobre
escudo contra
casca sem fruto
polpa em brasa
labora enquanto
segrega sua cola
secreta cicatriz por
coda

Eis aqui o intato
campo de batalha
que o esquecimento
por fim ressecado
cimento tatuado
à superfície remende
e não se relembre
a fúria quando
corta
um sono profundo


Elson Fróes

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