16 de mai. de 2013

A cruz pesada


Há muitos e muitos anos, um homem partiu em direção a Jerusalém, carregando uma cruz grande e pesada.
Ela media três metros de comprimento por dois de envergadura. Enquanto carregava a cruz, lembrava-se do sofrimento de Jesus e imaginava a dor que Ele havia sentido quando foi crucificado.

Assim, o homem seguia compenetrado em sua resolução e, passo a passo, lentamente carregava a cruz, cuja ponta inferior se arrastava pelo chão, fazendo um risco na terra.

Depois de muitas horas de caminhada, o homem avistou um morro.
Esgotado como estava, teve dúvidas se conseguiria vencer aquela subida acentuada.
Enquanto meditava sobre a dificuldade à sua frente, alguém que passava sugeriu que cortasse um pedaço da cruz, tornando-a mais leve.

“É uma boa idéia! Diminuindo um pouco a carga, terei mais condições de subir a montanha”.

Assim, tirou um pedaço da cruz, que se tornou bem mais leve, e continuou sua caminhada.

A cada subida que encontrava no caminho, ele cortava um pedaço da cruz. Assim, com o decorrer da jornada, a cruz pesada foi ficando cada vez mais leve e, ao invés da caminhada lenta do início, o homem já podia andar a passo acelerado e ia cantarolando descontraidamente.

Tudo parecia ir muito bem, até que surgiu em seu caminho um rio caudaloso, cujas águas desciam volumosas, do alto da montanha, para banhar os vales. A ponte sobre o rio estava partida, faltando-lhe, exatamente, um trecho de quase três metros no vão central.

Diante daquele obstáculo, o peregrino fez a seguinte oração:

“Senhor, Tu sabes que meu maior desejo é chegar ao meu objetivo.
Venho de longe e agora que me aproximo de realizar meu sonho, não sei como poderei fazer para, sem arriscar a vida, chegar ao outro lado do rio. Vês, Senhor, que a ponte está rompida e não tenho como atravessá-la”.

Então, do céu, uma voz respondeu:
“Meu filho, para transpor este obstáculo com segurança, basta usar a cruz que eu lhe dei!”

Muito triste, o homem constatou que a cruz, agora, depois de tantos pedaços cortados, havia se tornado pequena demais e não vencia o vão que ele precisava transpor.
A cruz do início, com seus três metros, tinha exatamente a medida de que ele precisava para ultrapassar a ponte quebrada.

Na vida, cada um de nós carrega a cruz necessária a nos preparar para vencer os obstáculos que surgem durante a jornada.
Não é maior nem menor: é exata! 


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Giovana Paola